Os policiais civis do Rio Grande do Norte querem a retirada imediata dos presos das delegacias e podem decretar greve ainda neste mês. A afirmação foi da presidente do Sindicato dos Policiais Civis e da Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sinpol/RN), Vilma Marinho, sobre a principal reivindicação da categoria, entregue em um relatório ao secretário estadual da Segurança Pública e da Defesa Social, Agripino Neto.

Além da retirada dos presos das delegacias, a categoria quer a resolução de processos de promoção que estão pendentes há anos, segundo o Sinpol, a reestruturação do plano de cargos e salários dos policiais civis e participação na reforma do estatuto. "Montamos uma comissão para participar dessa mudança e fomos questionados pelo conselho superior. Eles querem uma reforma de cima para baixo, e nós não vamos permitir que isso aconteça", disse a presidente.
O Sinpol também reclama melhores condições de trabalho. "No relatório que enviamos ao secretário, informamos a situação precária em que trabalha a Polícia Civil no estado", comentou Vilma. De acordo com ela, apenas 26,36% dos municípios potiguares tem policiais civis, e o número previsto de candidatos a serem nomeados pelo último consurso realizado pela Sesed não supre o déficit. "É uma gota de água no oceano", comparou.
A partir da próxima semana, segundo a presidente do Sinpol, uma campanha publicitária deverá informar à população as reivindicações da classe. "A situação das delegacias, que é nosso principal foco, não é um problema grave só para a categoria, mas para toda a sociedade civil", disse. "Há 20 anos, quando entrei na polícia, éramos mais respeitados e não cuidávamos de preso. Era um tempo melhor", lembrou a agente. Para Vilma, "tudo se desenvolveu, a população aumentou, mas a polícia andou para trás".
No dia 18, além da reunião, pela manhã, na sede do Sinpol (avenida Rio Branco, Cidade Alta), a categoria planeja um ato público em frente à Assembleia Legislativa, à tarde. A greve, segundo Vilma, pode ser decretada de imediato ou ser agendada. "Chegamos no limite, não há como continuar a trabalhar desta forma. Estamos dispostos a ir até o fim para conseguir mudar a situação, sobretudo no que diz respeito às delegacias", enfatizou.
Por Gabriela Olivar, do DIARIODENATAL.COM.BR
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