O resultado pode mudar os rumos do processo que tramita em segredo de justiça e levar Osvaldo ao banco dos réus em um julgamento popular ou então ajudá-lo a se livrar das acusações que estão sendo impostas a ele pela família da vítima e algumas testemunhas do caso.
O laudo foi confeccionado em Salvador (BA) já que o Itep (Instituto Técnico-Científico de Polícia) do Rio Grande do Norte não realiza exame de DNA. De acordo com Luciana Aragão Costa, chefe de Medicina Legal do Itep foi solicitado prioridade para o exame. “Pedi que fosse priorizado para que o laudo ficasse pronto o mais rápido possível. Na semana passada enviamos o laudo do exame psicológico de Osvaldo para o juiz”.
No dia 12 de maio deste ano Maisla saiu de casa, em Igapó, zona Norte da capital para deixar o almoço no trabalho do pai. Não voltou mais para casa. No dia seguinte, partes do corpo da estudante foram encontradas em um terreno baldio no mesmo bairro. Maisla foi morta e esquartejada em 11 partes. A família da vítima atribuiu o crime a Osvaldo que, segundo parentes, teria matado a garota como forma de vingança contra a mãe da estudante.
Por outro lado, o legista alagoano George Sanguinetti foi contratado pela família do acusado para analisar o processo. Sanguinetti que trabalhou em casos de repercussão nacional e internacional teria encontrado falhas na perícia afirmando que não havia provas nos autos que pudessem incriminar o ambulante.
Sanguinetti diz também que o exame é simples e já deveria estar pronto. “Não sei como só ontem foi concluído. Soube que o Itep do RN não tem profissional qualificado para realizar o exame, mas deveriam, pelo menos, verificar se o fio de cabelo era de uma criança ou de um adulto. Facilitaria o andamento do processo”, acredita. O legista diz ainda que o cabelo de uma criança tem 50 micras (milésima parte de um milimetro). “Esse tipo de exame até minha secretária sabe fazer”.
Para Sanguinetti, um advogado hábil reverte a situação. “Se eu fosse um advogado contestaria o resultado. Osvaldo teve a casa invadida pela população, antes da perícia, ou seja, a cena do “crime”, caso tenha existido, não é mais pura. Foi violada”. Sanguinetti diz que perdeu o contato com a família de Osvaldo já que teria sido contratado somente para analisar o processo, na época em que houve a primeira audiência. “Na casa do ambulante foram encontrados vestígios de sangue identificados com o luminol (substância líquida que identifica gotículas de sangue). “Mas não foi possível descobrir se o sangue era de animal ou de uma pessoa”.
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