A Polícia Civil do Rio Grande do Norte está em greve por tempo indeterminado. Por unanimidade, a decisão foi tomada pela categoria, no final da manhã de ontem, em assembléia realizada na sede do Sinpol (Sindicato da Polícia Civil), no centro da cidade. Durante o Carnatal, evento que começa nesta quinta-feira (03), os policiais civis poderão estar trabalhando apenas com 30% do efetivo como determina a legislação brasileira.
A categoria espera que com a paralisação, o governo do Estado se pronuncie e atenda as reivindicações da classe. O ofício de número 3445/09 datado de 27 de novembro e assinado pelo secretário de Segurança Pública e Defesa Social Agripino de Oliveira Neto foi a “gota d’água” que faltava para a classe cruzar os braços. “O secretário nos enviou este ofício onde nenhuma das nossas solicitações foi atendida. No documento ele enfatiza que irá retirar os presos das Delegacias de Natal e também de Parnamirim, mas é o interior? A Polícia Civil está em todo o Estado. As Delegacias das cidades interioranas vão continuar abarrotadas de presos? Não aceitamos isso”, afirma Francisco Alves, diretor financeiro do Sinpol.
Alves diz também que no ofício, o secretário afirma que, no prazo de 90 dias, os presos serão retirados das Delegacias. “É a terceira vez que o governo nos promete isso e não cumpre. Estão brincando com a nossa categoria”.
Entre as reivindicações: retirada dos presos das Delegacias, reforma do estatuto, implantação de promoções à categoria que, segundo a categoria, não ocorre desde outubro de 2004, vale refeição, ao invés de quentinhas, reestruturação da condição de trabalho ( contratação de efetivo).
“Queremos um cronograma de retirada de presos das unidades policiais. É uma vergonha está situação. Há sete anos este governo está no poder e a Sejuc (Secretaria de Justiça e Cidadania) está nos enrolando. Vamos ter que esperar até que as novas cadeias públicas sejam construídas? Aquelas que as obras continuam em licitação?, questiona Alves que completa: “Estamos abertos a negociação, porém, desde que as propostas sejam justas”.
Policiamento progressivo
O comandante geral da Polícia Militar coronel Marcondes Pinheiro afirma que o policiamento durante o Carnatal será o mesmo que nos anos anteriores, apenas com uma diferença. “Estaremos com um policiamento progressivo, ou seja, o aumento dos policiais acontece gradativamente”, afirma Marcondes que explica: “Não há necessidade de colocar 1500 policiais nas ruas, às 16 horas da quinta-feira (03), porém, quando tivermos um maior número de foliões nas imediações do circuito do Carnatal teremos todo o efetivo nas ruas. Em nenhum momento desse nosso efetivo este ano será inferior que no ano passado”.
Sobre a greve da Polícia Civil, o comandante afirma que já pensa em criar “um plano B”. “Os agentes estão em greve, os delegados e escrivães continuam trabalhando normalmente, porém estaremos dando o apoio necessário”
A reportagem procurou o secretário de Segurança Pública e Defesa Social Agripino de Oliveira Neto, porém, sem êxito.
Fonte: Tribuna do Norte
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