Foto: Vlademir Alexandre
A Polícia Militar do Rio Grande do Norte forma 425 soldados da corporação nesta sexta-feira (16). Mas, de acordo com o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Jeoás Santos, apesar de o Governo contratar em média mil novos policiais a cada ano, não investe em suas carreiras.
Para começar, esses alunos não estariam recebendo nem a bolsa, nem o auxílio transporte referentes aos cinco meses de formação. Este último benefício, garantido pela Lei complementar 416/2010, a mais recente conquista da classe.
Sobre o caso, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Araújo Silva, disse que dos 425 que vão se formar, 252 não receberam seus salários por problemas na documentação exigida, mas os processos estão na Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos (Searh) e a situação deve ser regularizada até o final do mês.
Jeoás cita ainda que em 2009 foram criadas 300 vagas para cabos e outras 300 para sargentos, mas não foram preenchidas. Outro fato a ser lembrado, frisou, é que ainda no ano passado foi realizado um concurso para o provimento de 1.000 vagas e convocaram 700 além do previsto.
O comandante geral da Polícia Militar desmente. Segundo ele, existem cerca de 700 vagas para cabo e 700 para sargento e será realizada uma seleção interna, ainda sem data prevista.
“A Associação sabe que a seleção sempre era feita de forma que não beneficiava os policiais da corporação. Agora o soldado terá oportunidade de seguir a carreira policial. Foi editado um decreto no mês passado que normatizou a carreira do soldado”, explicou coronel Araújo.
Ele também fala que nos últimos três meses foram realizadas 1.200 promoções em vários níveis e ainda haverá mais 200 em agosto, o maior número da história da PM do Estado.
“Ativamos batalhões, companhias. A política de valorização para com os policiais está dando possibilidade de ascensão profissional”, enumera, citando melhorias, como a convocação de mais 490 candidatos aprovados no concurso para soldado da Polícia Militar com formatura e a aquisição de 233 motos e 125 carros para “complementar o policiamento comunitário, reforçando o programa de polícia de bairro”.
Enquanto isso, as negativas continuam a se contrapor. “Pegaram os alunos de Natal e mandaram para Mossoró, Nova Cruz e Pau dos Ferros. E os das outras cidades vieram para o curso em Natal, trazendo transtornos aos novos soldados e às suas famílias, gerando até ações jurídicas”, disse Jeoás Santos, ao ressaltar que os PMs já entram desgastados na corporação, que exige dedicação exclusiva.
A ausência de plano de carreira, assistência psicológica e carga horária definida, remuneração “injusta” e falta de organização do efetivo também são pontos criticados por ele.
“Algumas cidades no interior do estado têm até dois policiais, apenas. É o caso da Serra do Mel. Criminosos renderam os dois policiais e fizeram assaltos a bancos. Em Parazinho, Bom Jesus e outras faltam comunicação e transporte”, criticou.
FONTE: Nominuto
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